Laboratório Sabin compra 17% da rede Amparo

Por Beth Koike | De São Paulo

O Sabin, quinto maior laboratório de medicina diagnóstica do país, adquiriu 17% da Amparo, rede de clínicas de atendimento médico primário. Com a transação, o Sabin diversifica seu negócio que, até então, era focado principalmente em exames de análises clínicas. Esse movimento de diversificação também vem sendo feito pelo Fleury que, em dezembro, comprou por R$ 15 milhões a SantéCorp, uma consultoria que faz gestão de atendimento médico primário.

O contrato da transação estabelece que o Sabin não poderá processar os exames realizados dentro dos consultórios da Amparo, cujo laboratório responsável hoje é o Cerpa. “Essa foi uma das nossas premissas para não desvirtuar o foco do nosso negócio que é atendimento médico primário e não gerar receita com exames”, disse Emilio Püschmann, fundador e presidente da Amparo.

Um dos questionamentos em torno do modelo de clínicas médicas populares é que uma parte relevante do faturamento vem de exames, e não de consultas médicas. “Nosso objetivo é criar uma plataforma que faz gestão de saúde, que é uma tendência no setor, e não processar exames da Amparo. Não temos e não pretendemos ter no curto prazo laboratório na capital de São Paulo”, disse Lídia Abdalla, CEO do Sabin.

Ex-executivo do Dr. Consulta, Püschmann continua como controlador com mais de 50% da Amparo. O Sabin tornou-se o segundo maior acionista, com 17%, e o restante do capital está dividido entre vários investidores, como o médico José Luiz Setubal, da família fundadora do banco Itaú e Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. O médico Gustavo Gusso, ex -Ami l e que ajudou montar a Amparo, deixou a empresa neste começo de ano.

A Amparo foi criada em meados de 2016 como uma rede de clínicas para assinantes. Ou seja, o usuário paga uma assinatura mensal de R$ 99 e tem direito a consultas médicas por R$ 10, além de exames e vacinas.

No entanto, o negócio mudou, no segundo semestre do ano passado, quando a Amparo fechou um contrato com a Amil. Cerca de 16 mil usuários do plano de saúde da operadora passaram a ser acompanhados pelo médicos de família da Amparo, que é remunerada com um valor fixo por usuário e tem um pagamento adicional caso a saúde do paciente apresente melhora conforme indicadores preestabelecidos.

A Amparo, que atualmente tem três consultórios na capital paulista, planeja abrir neste ano mais seis clínicas em São Paulo e outra em Brasília. Essa última unidade será erguida dentro da sede do Sabin para atender os seus 5 mil funcionários. A partir de 2020, a Amparo pretende implementar ambulatórios dentro de outras empresas. Esse formato vem sendo adotado com sucesso pelo Hospital Sírio-Libanês, que já atende 120 mil funcionários, como por exemplo, dos bancos Santander e Votorantim, em São Paulo.

O Sírio, inclusive, vai levar esse modelo de consultórios de atendimento médico primário para o Distrito Federal, onde acaba de inaugurar um hospital.

O Sabin está investindo neste ano R$ 170 milhões em expansão, como a abertura de 20 unidades e aquisições, entre elas, a fatia minoritária da Amparo, cujo valor da transação não foi divulgado. O investimento do Sabin neste ano é 30% superior em relação a 2018. Atualmente, o Sabin tem 280 unidades no Distrito Federal e em 11 Estados, e estima fechar o ano com faturamento de R$ 910 milhões, o que representa uma alta de 12%.

Fonte: Valor Econômico

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